“A história é nossa e nós temos que escrevê-la”
Mãe Stela de Oxossi
Mãe Stela de Oxossi
O Feminino no Universo da Capoeira
Observo que no versátil mundo da capoeira de hoje, vem crescendo, admiravelmente, o número de mulheres praticantes, e estas vêm cada vez mais buscando o seu papel e lugar neste meio. Mas este mundo tem crescido de uma forma desordenada em determinados aspectos, sem dar atenção ao que nós mulheres realmente precisamos. Qual é mesmo o papel da mulher na capoeira?
Nesta busca feminina, durante a história ficaram marcas de muitas dificuldades para nós, e como o universo da capoeira é um espelho dos problemas sociais, a mulher como em todos os meios, era mais uma vez excluída dos processos desta atividade. Ficando sempre nas margens das rodas, como meras observadoras. Podemos ver em vídeos antigos (cito o filme Bimba Capoeira Iluminada), mulheres somente compondo o coral da orquestra das rodas realizadas pelo Mestre Bimba. Segundo o Mestre Bola Sete no seu livro “A capoeira Angola no Brasil”, a partir dos anos 70 se iniciou uma movimentação feminina nas academias de capoeira, isto aconteceu regado de muito preconceito e descriminação da mulher.
Nas rodas de antigamente, para ter destaque, as mulheres se masculinizavam (com a famosa Maria Doze Homens), chegando até a “trocar pau” com homens o que (só assim) lhes dava mérito. Mas, a própria história da mulher negra do Brasil nos traz nomes como Dandara (a esposa de Zumbi do Quilombo de Palmares), que com sua feminilidade guerreira desafiou o a hegemonia masculina com suas atitudes e até mesmo nos combates, revolucionou e mostrou a capacidade da mulher de triunfar sem precisar se masculinizar. Muitas mulheres enquanto escravas aparecem como transgressoras, eram consideradas como uma ameaça ao colonizador branco, sendo algumas até exiladas para Angola. Tenho certeza que estas eram capoeiristas!!!
A capoeira por si já tem seu histórico de luta e sofrimento na busca da liberdade. A mulher entra ai por sua vez, e sofre repetidas vezes por ser: capoeira, pobre, mulher e, em sua maioria, negras. Podemos também aumentar esta lista, lembrando das condições de serem mães, muitas vezes solteiras, ou esposas, e donas de casa, estudantes e trabalhadoras etc. Substituindo por um só termo: GUERREIRAS!!! Apesar de tanta força, são muitas as motivações que enfraquecem a nossa permanência e promoção nessa batalha, então muitas a abandonam, diminuindo assim o número de mulheres que poderiam se profissionalizar nesta área.
São muitos os enfrentamentos, como o assédio sofrido por muitas, praticado por capoeiristas mais graduados ou não; a ridicularização por parte da sociedade de uma forma geral; a própria minimização dentro de cada grupo; relações interpessoais e as pessoais, que muitas vezes geram filhos e as forçam ao afastamento temporário ou permanente. Podemos citar também como preconceito, a velha história do sexo frágil. Pois muitos Mestres e Professores ainda têm a atitude de tratar a mulher de forma diferenciada na roda. Antes era o desrespeito não permitindo a que a mulher jogasse por muito tempo na roda, hoje a peculiaridade de formalizar: “Só joga mulher”!!! Não necessitamos disso. Isto sim é uma violência a nós e ao nosso valor enquanto participantes. A mulher tem a mesma capacidade que o homem de entrar numa roda e fazer um jogo bonito. A gente sabe fazer! Muitas fazem melhor... Quem reafirma meu discurso é o grande Mestre João Pequeno de Pastinha (Capoeira Angola-BA) que em suas palavras, afirmou: “As mulheres tinham um corpo humano, assim como o dos homens e sentem a mesma coisa que eles. Na capoeira considero as pessoas iguais.”
A mulher capoeira de hoje sabe descer ao pé do berimbau e fazer o ritual proceder, ela, por natureza tem mais tolerância, malícia, tem e deve ter o gingado doce, o sorriso no rosto que floresce o jogo e nos fazendo sorrir também ao vê-la na roda acontecer. È lindo de se ver! Mas se faz necessário que a própria mulher enxergue seu lugar na roda e se posicione conforme seu valor. Entender como acontecem diversas formas de rebaixamento feminino o que muitas vezes se passa culturalmente despercebido. Ampliar seus conhecimentos enquanto mulher capoeirista e fortalecer a sua formação política para ter uma visão ampla da condição de gênero na roda de capoeira.
Atualmente, já acontecem nacionalmente e internacionalmente ações de fortalecimento e empoderamento desta causa. Mulheres no mundo inteiro se unem, por se entenderem e se fortalecem umas nas outras e assim quebram estigmas. Somos igualmente capazes, precisamos enxergar e lutar por esta realização! Revolucionar a roda! Trazer nossos méritos, progressos e conquistas à tona pro mundo ver. Como diria a Mestra Janja (Capoeira Angola- BA) “Massa muscular não é pré-requisito para a prática da capoeira...a gente se acredita”.
Mulheres! Nós da CUFA compramos agora esta briga e fechamos assim uma forte parceria capoeira feminina. A CUFA promoverá em 2010 várias ações como encontros, palestras, eventos e projetos para nos apoiar e cada vez mais buscar a amortização destas diferenças, fazendo de nós mulheres, destaques neste universo lindo e complexo que é a capoeira! Este Universo só vai ter a ganhar. Então capoeiras fiquem atentas a nossa programação do ano 2010 que será o ANO DA MULHER NA CAPOEIRA!
Nesta busca feminina, durante a história ficaram marcas de muitas dificuldades para nós, e como o universo da capoeira é um espelho dos problemas sociais, a mulher como em todos os meios, era mais uma vez excluída dos processos desta atividade. Ficando sempre nas margens das rodas, como meras observadoras. Podemos ver em vídeos antigos (cito o filme Bimba Capoeira Iluminada), mulheres somente compondo o coral da orquestra das rodas realizadas pelo Mestre Bimba. Segundo o Mestre Bola Sete no seu livro “A capoeira Angola no Brasil”, a partir dos anos 70 se iniciou uma movimentação feminina nas academias de capoeira, isto aconteceu regado de muito preconceito e descriminação da mulher.
Nas rodas de antigamente, para ter destaque, as mulheres se masculinizavam (com a famosa Maria Doze Homens), chegando até a “trocar pau” com homens o que (só assim) lhes dava mérito. Mas, a própria história da mulher negra do Brasil nos traz nomes como Dandara (a esposa de Zumbi do Quilombo de Palmares), que com sua feminilidade guerreira desafiou o a hegemonia masculina com suas atitudes e até mesmo nos combates, revolucionou e mostrou a capacidade da mulher de triunfar sem precisar se masculinizar. Muitas mulheres enquanto escravas aparecem como transgressoras, eram consideradas como uma ameaça ao colonizador branco, sendo algumas até exiladas para Angola. Tenho certeza que estas eram capoeiristas!!!
A capoeira por si já tem seu histórico de luta e sofrimento na busca da liberdade. A mulher entra ai por sua vez, e sofre repetidas vezes por ser: capoeira, pobre, mulher e, em sua maioria, negras. Podemos também aumentar esta lista, lembrando das condições de serem mães, muitas vezes solteiras, ou esposas, e donas de casa, estudantes e trabalhadoras etc. Substituindo por um só termo: GUERREIRAS!!! Apesar de tanta força, são muitas as motivações que enfraquecem a nossa permanência e promoção nessa batalha, então muitas a abandonam, diminuindo assim o número de mulheres que poderiam se profissionalizar nesta área.
São muitos os enfrentamentos, como o assédio sofrido por muitas, praticado por capoeiristas mais graduados ou não; a ridicularização por parte da sociedade de uma forma geral; a própria minimização dentro de cada grupo; relações interpessoais e as pessoais, que muitas vezes geram filhos e as forçam ao afastamento temporário ou permanente. Podemos citar também como preconceito, a velha história do sexo frágil. Pois muitos Mestres e Professores ainda têm a atitude de tratar a mulher de forma diferenciada na roda. Antes era o desrespeito não permitindo a que a mulher jogasse por muito tempo na roda, hoje a peculiaridade de formalizar: “Só joga mulher”!!! Não necessitamos disso. Isto sim é uma violência a nós e ao nosso valor enquanto participantes. A mulher tem a mesma capacidade que o homem de entrar numa roda e fazer um jogo bonito. A gente sabe fazer! Muitas fazem melhor... Quem reafirma meu discurso é o grande Mestre João Pequeno de Pastinha (Capoeira Angola-BA) que em suas palavras, afirmou: “As mulheres tinham um corpo humano, assim como o dos homens e sentem a mesma coisa que eles. Na capoeira considero as pessoas iguais.”
A mulher capoeira de hoje sabe descer ao pé do berimbau e fazer o ritual proceder, ela, por natureza tem mais tolerância, malícia, tem e deve ter o gingado doce, o sorriso no rosto que floresce o jogo e nos fazendo sorrir também ao vê-la na roda acontecer. È lindo de se ver! Mas se faz necessário que a própria mulher enxergue seu lugar na roda e se posicione conforme seu valor. Entender como acontecem diversas formas de rebaixamento feminino o que muitas vezes se passa culturalmente despercebido. Ampliar seus conhecimentos enquanto mulher capoeirista e fortalecer a sua formação política para ter uma visão ampla da condição de gênero na roda de capoeira.
Atualmente, já acontecem nacionalmente e internacionalmente ações de fortalecimento e empoderamento desta causa. Mulheres no mundo inteiro se unem, por se entenderem e se fortalecem umas nas outras e assim quebram estigmas. Somos igualmente capazes, precisamos enxergar e lutar por esta realização! Revolucionar a roda! Trazer nossos méritos, progressos e conquistas à tona pro mundo ver. Como diria a Mestra Janja (Capoeira Angola- BA) “Massa muscular não é pré-requisito para a prática da capoeira...a gente se acredita”.
Mulheres! Nós da CUFA compramos agora esta briga e fechamos assim uma forte parceria capoeira feminina. A CUFA promoverá em 2010 várias ações como encontros, palestras, eventos e projetos para nos apoiar e cada vez mais buscar a amortização destas diferenças, fazendo de nós mulheres, destaques neste universo lindo e complexo que é a capoeira! Este Universo só vai ter a ganhar. Então capoeiras fiquem atentas a nossa programação do ano 2010 que será o ANO DA MULHER NA CAPOEIRA!
Núcleo Maria Maria e CAPOCUFA
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